quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Primeiro poema do Pastor de Pedras

Medusa dormia desde sempre. Entrou nela – pois era uma pedra que saltava sobre as águas. 
Impossível aspirar tanta aterradora beleza. Para lhe guardar o sono deitou-
-lhe a cabeça em cima. 

Medusa sonhou que acordava. Não era um sonho bom. 
Sossegou-a ainda. 
As serpentes aninham-se nas fendas. Vira-a do avesso. 

Tem a alma

densa e soberana. Acordou dentro e com a Medusa. Seus olhos de basalto são espelhos. O olhar duro o ar embacia. O agora é uma eterna passagem entre: a negação e o Ser.

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