Oh presenças amigas, ó momento
em que alongo o braço e toco em cheio os rostos
A minha língua abriu-se para dizer a face
do vento que percorre as vossas vidas.
Estou perante a noite mais profunda,
a delicada noite das raízes: vejo rostos
vejo os sinais e os suores das vossas vidas.
Atravesso árvores submersas, ruas obscuras,
poços de água verde, e vou convosco ter,
minhas faces lívidas, mãe, amigos, amores
A terra que penetro é este chão de terra
com as raízes feridas, com os ferozes pulsos,
A vertente que desço é uma subida às vossas vidas
De "O Centro na Distância" (1981)
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