segunda-feira, 3 de junho de 2013

Um poema de TERRA PROMETIDA, de Joel Henriques

A ÚNICA PAISAGEM


O abismo de uma casa desterrada
no meio de campos idílicos.
A crueza das ruas onde renasce a Primavera.

A visão das multidões,
a ausência de um único olhar íntio.
As varandas abertas para o coração da manhã
e as portas cerradas,
os passos retidos com receio das alturas.

As pedras aguçadas onde me firo,
os rios do esquecimento.
A fome e a sede extremas,
a poesia magnânima e consoladora.

Por que motivo a única visão de uma pedra
no fundo de um poço
é um céu a pique azul e radioso?


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