ANTO
Inútil como o pó,
neste caminho vou.
Vazio e fútil, sigo...
Ignoto mal vai comigo.
Outrora sonhos tive. Hoje
sei só que nada sou.
Olho, à noite, as estrelas
mas não as acho belas.
De dia, cego o olhar,
o sol não sei amar.
Ó pobres bens perdidos,
pisados, malferidos...
Em teu coração de poeta
vibra que dor secreta!
LUÍS AMARO, Diário íntimo (Dádiva e Outros poemas)
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