segunda-feira, 17 de junho de 2013






ANTO

Inútil como o pó,
neste caminho vou.

Vazio e fútil, sigo...
Ignoto mal vai comigo.

Outrora sonhos tive. Hoje
sei só que nada sou.

Olho, à noite, as estrelas
mas não as acho belas.

De dia, cego o olhar, 
o sol não sei amar.

Ó pobres bens perdidos,
pisados, malferidos...

Em teu coração de poeta
vibra que dor secreta!

LUÍS AMARO, Diário íntimo (Dádiva e Outros poemas)

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